Crônicas do Bloco de Notas: Problemas da vida compartilhada.txt

... ou: coisas que a Ana devia levar para a terapia.

Yo!

Eu estava com saudade de vocês. Passei os últimos três meses soltando textos no blog com um pouco mais de frequência, tirando do peito uma série de desabafos sobre as N dificuldades que surgem de viver com seres humanos.

Antes de entrar nisso, no entanto, trago minha edição de carnaval!

Na última edição mencionei o bloquinho de carnaval de newsletters do qual eu não consegui participar porque minha vida estava de ponta cabeça. Era pra minha newsletter vir “fantasiada” de revista, e enquanto preparava ela aprendi bastante sobre quantidade e posição do texto na página.

A edição especial de carnaval está disponível em pdf através do link abaixo — por enquanto a única maneira que encontrei de enviar arquivos para os meus leitores — bem como um arquivo de texto com a descrição das imagens.

Problemas da vida compartilhada

Esse foi o nome que decidi dar para a série de desabafos que escrevi no blog. O primeiro deles ainda fala um pouco sobre o mundo da literatura, mas não deixa de ser sobre pessoas: como saber o que todo mundo em todo lugar está lendo ao mesmo tempo nos deixa com essa sensação de que precisamos estar lendo isso ou aquilo, e mesmo sendo extremamente criterioso a gente acaba com mais livros do que dá conta de ler.

Os outros atacam direto na vida doméstica e comunitária: como atribuimos significados a comportamentos e nos frustramos por isso, o custo emocional de um relacionamento, a perda de barreiras entre o coletivo e o que “não é da sua conta” ao viver de forma comunitária. Deixo todos os links aqui:

Mas e o Daisuke? E o folhetim?

GIf do meme "e o pt? e o lula?". A animação é uma cena retirada de um live action japonês, no qual um personagem de armadura ermelha parecendo um demônio durge atravessando uma porta (meio teletransporte) e se dirige para um personagem de armadura azul que está sentado à mesa de uma cafeteria de aspecto futurista (tudo branco ou metálico). O personagem vermelho começa a gesticular de maneira agressiva, e a legenda diz "mas e o PT? e o lula?"

Eu fiz uma tentativa de voltar para Técnicas Sanguíneas, mas eu estava cometendo dois erros: eu tentei fixar um número de capítulos e forçar os acontecimentos a caberem dentro deles, e eu não consegui desenvolver uma rotina consistente de escrita.

Agora estou melhorando no segundo aspecto, e espero que quando o hábito da escrita estiver mais forte eu não cometa o primeiro erro de novo. Eu tenho que escrever um negócio mais descontrolado primeiro, e depois reescrever aparando as arestas. Isso me dá vários medos, o principal deles é que a parte dois fique ridiculamente grande, cheios de encontros com figurantes que só vão servir pra provocar reflexões existenciais, e não um “avanço na trama”.

Só que a razão pela qual eu publico TS aqui é exatamente porque não considero o formato da narrativa convencional. Não tem um grande “objetivo” para o qual as personagens estejam “avançando”. A parte 1 foi assim, e as pessoas em geral reagiram bem, mas meu medo é que agora os leitores tenham expectativas. E se depois da parte 1 as pessoas quiserem mais ação? Não tem mais ação! Tem mais reflexões existenciais, só que com outras pessoas! (Caso vocês se lembrem da Nathalie, tem bastante Nathalie.)

Enfim, se você leu a primeira parte de Técnicas Sanguíneas, pode responder esse email me tranquilizando dizendo que está a fim de ler toda essa angústia e solidão, mesmo que elas demorem muitos capítulos para serem construídas. Ou não, né. <risos nervosos>

E se você não leu a primeira parte de Técnicas Sanguíneas, leia! Leia e se torne capaz de opinar!

Coisinhas

Tenho salvado textos que leio para depois vir aqui e compartilhar, mas a verdade é que acabo esquecendo o motivo que me fez salvar o texto. Eu acho, por exemplo, que guardei esse texto da Fabiane Guimarães porque conversa com o tema de maternidade, que estava na minha mente enquanto eu escrevia sobre rede de apoio. Já esse texto da da Luisa Pinheiro eu li porque conversava com o texto da Fabiane, citando a mesma obra da mesma autora. Elas se conhecem? Participam do mesmo clube do livro? Uma leu a newsletter da outra? Fico fascinada pelas conexões reais ou virtuais entre as pessoas quando o mesmo assunto parece surgir em lugares diferentes.

Nessas edições de atualização e notícias espero comentar mais sobre o que li e assisti de legal, mas por enquanto sinto que já deu.

Essa newsletter continua sendo irregular, mas pense pelo lado bom: a próxima vez que você receber um e-mail meu é porque eu realmente tenho notícias para dar!

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