A única métrica que importa para textos.txt

(obviamente na minha opinião, porque a newsletter é minha)

Views são legais, e curtidas são legais, mas eu vivo para os comentários. A minha necessidade de conexão é o que me impele a lançar minha voz aperiodicamente na sua caixa de entrada, e não existe louro maior do que a minha voz provocar você a usar a sua voz. Nem que seja para dizer "Nossa, sim!!!" — você queria que eu soubesse que você gostou, que se identificou. Nem que seja para escrever um parágrafo elaborado porém meio passivo agressivo explicando porque você discorda — você achou que eu valia o seu tempo, a sua argumentação. (Xingamentos não, mais do que triste eu fico com raiva, e isso não em faz bem.)

Dito isso, o Beehiv agora tem a opção de deixar comentários no texto! Sempre foi possível me enviar suas impressões sobre o texto respondendo o e-mail, e essa opção continua disponível para quem não quer seu comentário exposto na página do artigo. Mas imagina quando eu começar a publicar a parte 2 de Técnicas Sanguíneas e as pessoas puderem deixar comentários depois de cada capítulo e — talvez, apenas talvez, se não for muita ousadia da minha parte desejar — discutir teorias entre si e interagirem umas com as outras? Ainda estou explorando aqui, e aparentemente o botão de comentários só aparece na versão online do texto, então são um ou dois cliques a mais, mas quem quiser compartilhar esse momento comigo é mais do que bem-vindo.

Falando em "explorando aqui" e "parte 2 de Técnicas Sanguíneas"...

Era pra vocês terem recebido notícias minhas dia... 20 de fevereiro. Mas não deu.

Eu me mudei, isso é sempre uma bagunça, e depois disso eu tive que me recuperar física e emocionalmente da agitação. Socialmente, também. Os irmãos da igreja vieram em peso ajudar com a mudança, o caminhão foi descarregado em tempo recorde — e coordenar as pessoas pra qual móvel vai aonde e agradecer elas quando tudo acabou gastou minhas baterias sociais por uns quinze dias.

Assim sendo, eu tinha me proposto a participar do Car-News-Val, um bloco de Carnaval de Newsletters, tive dificuldade, mas consegui pensar em uma fantasia — as Crônicas do Bloco de Notas iam vir fantasiadas de revista! — e no fim... não consegui escrever e marcar minha presença virtual no evento.

E obviamente eu também não engatei imediatamente na escrita de Técnicas Sanguíneas.

Conforme fui me recuperando, fui despejando em arquivos .txt avulsos toda a não-ficção que anda hospedada na minha mente — efeito colateral de ler tanta não-ficção através das 20 newsletters que estou inscrita. Eu quero responder a esses textos, mas às vezes as respostas são meandros muito mais longos e complicados do que seria apropriado para a sessão de comentários do texto que originou a reflexão. Às vezes eles são muito intertextuais, uma conexão que só existe na minha cabeça entre os assuntos e estilos mui diferentes tratados na Diletante da Ariela K. e o Continua Vida da Dana. E — na maioria das vezes — são textos incompletos demais, sem nenhuma resposta e lidando com perguntas carregadas. Eles precisavam de trabalho e cuidado para poderem ser escritos, mas eu não queria trabalho e cuidado: eu queria explodir na página, arrancar as palavras de dentro de mim, sai desse corpo que não te pertence, capinar para poder plantar coisas novas no cérebro.

A maioria desses rascunhos vão morrer como rascunhos em uma pasta muito originalmente chamada "Rascunhos", mas ao longo do ano posso ir recuperando alguns para publicar no blog.

Sim: no blog. Vou continuar com a newsletter, e os planos para o futuro incluem explorar alguns recursos — separar as seções de ficção seriada e não-ficção/anúncios para as pessoas que só querem saber de uma coisa não terem a caixa de entrada lotada pela outra; testar como faço para enviar arquivos para os assinantes, caso algum dia eu decida, sei lá... mandar um e-book como mimo —, mas os textos da newsletter Crônicas do Bloco de Notas vão ficar focados em literatura e escrita, enquanto no blog Crônicas do Bloco de Notas eu me dou ao luxo de filosofar sobre o amor e a solidão e dar meus pitacos amadores sobre tradução e aplicativos de produtividade.

E semana passada eu retomei a escrita da parte 2 de Técnicas Sanguíneas. Estou bem perdida, naquele esquema que eu escrevo e imediatamente percebo que vou ter que trocar a ordem das cenas... mas se eu não escrever, nunca vou perceber isso, né? (Por favor não sugiram planejar. Sobre uma história, eu posso escrever de antemão ou uma lista de 5 itens, ou 2 parágrafos. Passou disso minha capacidade de trabalhar na história em si é seriamente prejudicada)

Então é isso aí.

Num futuro tão próximo ou tão distante quanto a aleatoriedade dos movimentos brownianos permitirem, esperem receber uma edição de Carnaval quase no Halloween onde eu testo o envio de arquivos para os leitores, o anúncio da publicação de uma antologia sobre poções do amor, e pedidos pra betar Técnicas Sanguíneas — não necessariamente nessa ordem.

Um abraço,

(queria ter um adjetivo legal igual os abraços ictiomercuriais do Thiago Lage)

Ana Dantas



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